dezembro 26, 2006

SUICIDIO MENTAL

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mais uma gélida manha
e nada para fazer contra o frio
mais uma fria desculpa
e nada para fazer contra o passado

a solidão e vazia e amarga
sinto o constante contato
o afago do vazio
a riqueza de detalhes insensatos

em mais uma gélida manha
sem nada pra assolar minha cabeça
nem mesmo os pesadelos tem afronte
nem a covardia me comove

procuro procurar mais não encontro
esqueço entretanto o que queria
me afogo em devaneios soberbos
e cheio de mim suspiro uma blasfêmia

efêmero e cordial sem sentido
glorias de um abismo de palavras
ou sorrisos de um objeto qualquer
é apenas um delírio de febre

nem sei onde vou parar
constantes súbitos de amargura
surgem em cinzas por todos os lados
imagino um sol nascendo de novo pra mim

acredito que jamais haverá sol
me sinto molhado aos delírios
o suor frio me enlouquece
mais alguns comprimidos talvez me confortem

já não tenho muito o que fazer
e sublime o gosto da morte quando se sente de dentro
as derrotas as vezes percorrem a cabeça
mais não me recordo mais das vitórias

tão poucos feitos em uma vida injusta
tão poucos troféus para polir
tantos pecados cometidos
e ninguém com coragem de me coagir

seja lá quem for
se alguém estiver ai acabe com tudo isso
poupe me de meu sofrimento terreno
leve-me diretamente pra fora

enxugue minhas lagrimas
e corte meus pulsos
a vida se foi agora em mais uma palavra
e a loucura não esta nem começando

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