abril 17, 2008

Engarrafado

novamente é notória
a sensação de interesse
mais um trago e uma prece
e me embriago noctívago
do teu cálice latente

constipado de teu brado
refugio meu ludibrie gracejo
em seu teor imprescindível
eu almejo sua vã irrelevância
e me comove seu sabor incomparável

Seu amargo, é tão quo, a doce sensação
de te provar, em mais um porre
fico alto, enervado de luxuria
e me desprendo solitário
desfazendo a lucidez

vou covarde me servir
em teus recantos abissais
de sujas, loucas taças de injúria
adoçando a vida e amargurando a carne
em sua crônica destorcida do prazer.

sempre que eu paro
eu me afogo em teu poço
e faço gosto de poder estar aqui
indolente indeterminado a abonar
que estou doente, mais um trago!

e a maré me puxa forte
do outro lado, o mais correto
vem me puxa pelo braço
me enferruja e apavora
com seus lapsos de medíocre sensatez

eu me nego a dar regresso a minha palavra
não vou ceder tão covarde
a embriagada mortalha a seu desbunde
pois mais um copo sempre
esta pra aparecer e
novamente é notória
a sensação de interesse