março 20, 2007

O MAQUINÁRIO SOBERANO

É de pé que eu fico cada dia
redundante ao pleonasmo dos defeitos
as veredas do ambíguo sentido da informação
tornando pragmática a forjaria do maquinário

contestando os mais inexoráveis dados
pleiteando o sistema insípido
e desenvolvendo austero o controle

derrubando reações em cadeia
numa nova perspectiva de tecnologia
abstenico de reestruturar-me
no molde do abunde cibernético

de soslaio vejo num ensejo
um horizonte de deleite profissional
aos covardes grandes beijos
de irracionalismo desproporcional

sou cético a atenues mudanças
ou tudo se torna definitivo
e por sua vez o utópico se suprime
ou nada será consolidado

reprimem nossa nostalgia
dizendo condizentes que não estamos prontos
e nos forçando a veementemente lutar
contra a ignorância

com o passar do tempo
começo a inerir o fantástico maquinário
e todo o resto se torna obsoleto

hoje vago a plenitude de uma CPU
em busca de alguma novidade
esplendida e nada alem do marasmo
me convém ser notado

matreiro traço diabólicas descabidas
insanidades, e todos jocosos me fitam
tenho medo de me tornar um calhorda
ou até quem sabe um louco

mais vou me suprimir em mais um Banco de dados
para compilar minha sensatez de forado mundo
que conspira contra as maquinas

março 16, 2007

RETRATO

Na noite fria a saudade
me rasga atroz, imenso
lamento contente, descabido
mutante do destino ao senso
a nobre sensatez me falta

compenetro o pendulo
a mente vaga sonhos secos
vazios seus olhos
a mente me vem freqüente
choro, expurgo, esmolo

fraquejando o ar me falta
o peito vazio, de angustia
cheio intenso, um urro
descrente do bom senso

vasto celebre completo
coração errante patético
dói, macio no peito cético
afronte um destino tardio
me aflora a espera de um cio

me afoga de impaciência
é implícito sem sal
o sabor a agonia
aguardo, lacerado em fatos

rastejando, pedido perdão
sem pecados, me coma, me limpe
me devaste, a alegria se foi
saudade resta fraca
fome se torna fato

sem libido sem tato
contemplo um passado
suspiro um delírio
e conforto o marasmo
num panteão de deuses mortos

fraquejo inerte vago
espero um milagre
revivo o passado
e um sorriso surge a face
quando olho seu retrato

março 15, 2007

LIMITE

Desejo sem sentido
apatia que alegra
covardia insensata
em novas linhas do prazer

faz moradia na angustia
em vislumbres de olhar fixo
e nada mais a se fazer
alterações visuais
delírios de racionalismo
exibindo o irracional

esperando o que não toca
segurando os impulsos
destruindo a moral

se alimentando de colapsos
confortado com carinho
de qualquer bicho animal

aliviando a falsos céticos
amigos que se quer escutam
nas respostas que não se pode ter
buscando a fuga do prazer

abstênico lascivo
deplorável dependente
incoerente ao relento
sem canções para viver

soluçando seus delírios
desalinhando as contenções
mensurando a valiosa
intenção do seu querer

nota se obsessivo
apaixonado inconseqüente
mendigando por você

março 09, 2007

MORTE

Amarga solidão tão cética
desfaz a pura classe vastidão e ética
sem lar, descansar, coagir é enganar
contemplando girassóis ao léu
procurei a solução no céu
magoado sem canções para expurgar
sinto um sonho que se faz notar
tão pacifico o esmero do amor
que suspira o acalanto de sua dor
quero novas raridades deste sonho
vou tecer as novas vidas em lã pura
és escura, és escura tua face
tracejei novíssimas novidades
tentando conspirar contra sí próprio
novas linhas novos passos novos óculos
cansei de desdenhar meus feitos
por sujeitos que nem devem ter seus próprios
me calei entristeci, valeu a pena
procurar a solidão numa taberna
Alguns copos pratos e solenidades
onde os loucos não se sentem a vontade
e sem mais riscos privilégios são de poucos
comensure agora mesmo seu esforço
pois jamais contestarão sua doçura
em águas claras tudo se faz tão errante
que é possível e por apenas um instante
subjugar até mesmo seu estado
quem sabe até apagar o seu passado
mais impossível é esquecer a tua feição

SUTILEZA

um vortex de idéias numa mente vazia
confusão de palavras e conflitos de instante
a loucura assolando um coração errante
e novas expectativas cada vez mais constantes
os dias correndo as margens de um rio
numa afluente de angustia e devaneios
e nada parece fazer sentido algum
quem sabe as hipóteses mais sensatas
se tornem as coisas erradas
e o que sempre foi certo
deveria mesmo ser o correto
estou perdido numa estrada de ideais
ideais perdidos e nada mais
estou contente pois a vida é decorrente
e alienado pois acho que penso de mais
procuro defeitos na perfeição
suponho esteja louco então
quem sabe se eu pudesse voltar no tempo
faria tudo do mesmo jeito ...
solavancos que minhas suspensões aturavam
provavelmente foram limitando meu desgaste
foi tardia a descoberta do mundo
e assustado tomei as decisões erradas
lobos numa caverna sentem fome
e eu quero comer toda a carne do mundo
contestei meu tempo e minhas descobertas
e descobri que nada estava certo
arrumei argumentos pra contestar até o amor
e irrompi a barreira do subliminar
protestei contra o mundo de quem faz tudo certo
e o egoísmo quase me fez perder a cabeça
tenho medo de sobrepor minhas prioridades
ou até mesmo de que seja verdade
começar a condensar os problemas
me parece muito mais sensato
afinal não posso simplesmente fugir da vida
os problemas todavia são constantes
as linhas, lineares e patéticas
e o destino já não é poético
e sim antiético, antipático, e subversivo
mais ele é muito justo e progressivo
me incomodam as mudanças e as fraquezas
mais a vida é mesmo cheia de surpresas
busco água numa fonte seca
pra saciar minha sede de proezas
tudo de uma vez só não faz o gênero da comédia
e é um drama que não quero mais viver
provações e experiências me dão sustentação
e no meu mundo quem sabe a ilusão seja real
o mal dizer e o convencer
são uma forma nova de escrever
desenhar um mundo perfeito se torna fácil
se você tem uma borracha pra contornar o fatos
na velocidade da luz tudo gira e nada muda
atropelando problemas nos tornamos mais fortes
tenho medo de perder tudo que tenho
dês dos meus pequenos amigos
até meus grandes amores
as vezes minha sanidade resolve me deixar sozinho
e neste momento não me encontro em desalinho
ponho em risco minhas mais brilhantes posses
pra jogar mais uma vez em um hipótese
e nada acaba dando certo
mais tudo da certo enquanto me faço de louco
enquanto desisto de enxergar o mundo
e viajo nas idéias que eu mesmo crio
convenço todos de qualquer coisa
mais não posso convencer a mim mesmo
preciso aprender a viver novamente
esquecer das correntezas, e desgostos
contemplar minhas conquistas e superar os fracassos
e ai quem sabe até mudar os fatos
traçar novas perspectivas
e comensurar minha força de vontade
já quase sem vaidade hoje um surto
pode ser apenas uma forma de evitar uma avalanche
preciso pedir desculpas por ser assim
eu sou flexível e as vezes posso me contorcer
me satisfazem coisas tão pequenas
que nem acho que vou mais precisar de satisfação
tenho todos os motivos pra ser feliz
tenho amor tenho compreensão como sempre quis
e acho que tudo esta desabando
quando fico sem um simples parabéns
eu aprendi a dar valor pras coisas pequeninas
e esqueci de observar as grandes coisas
pressupondo que a sutileza da minha sensibilidade
necessita de uma recalibragem
é complicado parar pra pensar nas coisas grandes ...
as pequenas realmente incomodam muito mais
preciso parar de procurar problemas no que esta certo
e começar a ver que por mais que pareça errado
todos fazem o seu melhor por mim
valor, é um conceito meu que precisa ser revisto
minha constante loucura
é um delírio poético
uma doença sem cura pra todos
mais eu já superei essa faze
agonizei alguns pesadelos na noite passada
e espero acorda logo pois o sonho
é só mais uma porta pra insanidade
começar de novo, novos conceitos e novos sonhos
chega de tolices e riscos que podem ser evitados
hoje quero viver diferente ser eu de novo
e ter consciência de quanto sou amado
para não perder outra vez o rumo das coisas
pois meu teatro de marionetes te um condutor
e minha platéia esta ficando desesperada
pra ver novamente o meu SHOW