dezembro 27, 2006

O GAROTO QUE QUERIA SER POETA

"...Ainda me recordo muito bem
quando sentava a contemplar o luar
e versava subjugando sua beleza
eu o afrontava comparando com flores
e i sentia chorando em meus sonhos..."

era só um garotinho perdido escrevendo
dizendo coisas sobre o bem e o mal
tentando encontrar as razoes dos seus dias
e tolerando algumas promessas frias.

Jogando o jogo sujo do mundo
comendo a mente dos tolos
e se situando bem ao centro da alta roda,
em entrelaces de desfrute e soberania

esse garoto acabou crescendo,
o garotinho se tornou rapaz
sujou papeis com os mais lindos versos
destruiu corações, e mentiu pra sim mesmo

se alimentava de sorrisos
por mais falsos que fossem os mesmos
sorria pro mundo que estava o esquecendo
e amassando mais um pedaço de rascunho
ele roubava mais uma caneta e um coração

lutava pra deixar de ser tão fútil
estudava pra crescer no mundo cão
e se espantava ao ver no mundo
que era apenas mais um cidadão

a vida foi ensinando coisas tolas
das quais jamais se poderá esquecer
do primeiro amor verdadeiro,
a primeira grande perda

o tempo passou,e o rapaz ficou para traz
o rapaz se tornou homem
um homem q deixou de lutar
cansou de sofrer por ideais mortos

deixou de enganar a todos e a Si
começou a se perder em meio aos versos
que agora já eram muitos
comprou vidas e vendeu suspiros

apostou alto e perdeu tudo
se tornou vazio e aprendeu a viver
se lembrou da lua sua velha amiga
e a dedicou mais um de seus rabiscos

contemplou o mundo contenplando a imensidão
esqueceu o valor da misericórdia
pensou em suicido e viu que estava louco
entendeu a loucura e tornou-se poeta

escreveu sem cessar pra acabar com a solidão
e descobriu que não sabia fazer nada
que por mais que se esforçasse jamais teria as respostas
então ele deixou de fazer perguntas

deu um novo significado a vida
e resolveu vive-la como se estivesse pra acabar
aproveitou casa segundo e se perdeu
o nosso homem agora já esta longe

se foi pra sempre pois o tempo o alcançou
o homem se tornou velhoum velho que sabia de tudo
o tudo, que não era nada alem de uma poesia.

as palavras se soltavam
e as correntezas levavam sua imaginação
enfrentava com seus sonhos
os exércitos mais sanguinolentos

tracejava linhas de batalha pra propagar o caos
e sua literatura se tornou mórbida e fria
calculista e insensata mais sem se perder o velho parou

parou, parou, parou . . .

piscou os olhos e se deparou sentando
a beira de mais um colapso
segurando uma caneta ele deixou de ser criança
se perdeu em um sonho

e quase chegou a acreditar que um dia
um garoto como ele
poderia soltar-se, e se perder
e deixar de ser garoto e se tornar poeta

dezembro 26, 2006

SUICIDIO MENTAL

...


mais uma gélida manha
e nada para fazer contra o frio
mais uma fria desculpa
e nada para fazer contra o passado

a solidão e vazia e amarga
sinto o constante contato
o afago do vazio
a riqueza de detalhes insensatos

em mais uma gélida manha
sem nada pra assolar minha cabeça
nem mesmo os pesadelos tem afronte
nem a covardia me comove

procuro procurar mais não encontro
esqueço entretanto o que queria
me afogo em devaneios soberbos
e cheio de mim suspiro uma blasfêmia

efêmero e cordial sem sentido
glorias de um abismo de palavras
ou sorrisos de um objeto qualquer
é apenas um delírio de febre

nem sei onde vou parar
constantes súbitos de amargura
surgem em cinzas por todos os lados
imagino um sol nascendo de novo pra mim

acredito que jamais haverá sol
me sinto molhado aos delírios
o suor frio me enlouquece
mais alguns comprimidos talvez me confortem

já não tenho muito o que fazer
e sublime o gosto da morte quando se sente de dentro
as derrotas as vezes percorrem a cabeça
mais não me recordo mais das vitórias

tão poucos feitos em uma vida injusta
tão poucos troféus para polir
tantos pecados cometidos
e ninguém com coragem de me coagir

seja lá quem for
se alguém estiver ai acabe com tudo isso
poupe me de meu sofrimento terreno
leve-me diretamente pra fora

enxugue minhas lagrimas
e corte meus pulsos
a vida se foi agora em mais uma palavra
e a loucura não esta nem começando

...

dezembro 14, 2006

MEDO


Estas ao meu lado e a tantos quilômetros
ó luz do amanhecer, teu brilho me ofusca
pois já não sei o que fazer, caminhos decorrentes
Que transcendem as hipóteses mais sensatas
já não são mais viáveis, torno-me vazio

Aposto contigo nesse jogo da vida
que tenho muito mais medo do que ti
minha aflição é muito mais sarcástica
porque minha derrota é apenas um erro
e a sua derrota é uma imensa avalanche de pesadelos

estou me deparando com uma das minhas mais vastas duvidas
eu apaixonado por uma pedra rara
que nem sei se já pode ser lapidada
tão sensível as minhas ferramentas brutas
que por um triz posso per dela, quebrá-la

tento conservar meu jardim de flores
pois adoro a visita de borboletas coloridas
mais não suporto quando não posso senti-las
pois suas assas já se tornaram fracas
e minhas flores não tem o mesmo cheiro

mudanças constantes na vida às vezes assustam
é estranho como nos sentimos vazios a beira do abismo
quando nosso coração já não é nosso
e quando não sabemos se alguém se importara com ele
ó vastidão de duvidas, assola-me mais um pouco

misteriosa flor de Liz me enlouqueça
mas por tudo que faça não me mate
não me provoque delírios que não posso
suportar apenas me conforte como desejo te confortar
me ame se puder, pois não deixarei de te amar

com palavras soltas tento desenhar-te
mais não encontro traços pra explicar o que sinto
nem verbos pra conjugar o quanto me preocupo
as vírgulas tornam-se escassas para as paradas
que tenho a fazer, e nada pode comensurar isso

entenda como quiser este amontoado de tolices
alguns chamam isso de amor, de respeito,
mas pra outros é mero sentimentalismo barato
desejo hoje que nenhuma barreira seja capaz...
que nenhuma distancia seja intransponível...

e desejo que entenda apenas
que quero ver seu brilho, se não puder brilhar contigo
que quero minha jóia no mais belo estande, se não puder ser minha
que quero sua visita no meu jardim, minha borboleta
que quero a loucura da flor de Liz, sem o seu delírio
e que temo. machucar a um de nós, com tudo isso
pois o que sinto é muito maior que AMOR